A Bexiga Neurogênica é definida como uma disfunção da bexiga de origem neurológica, podendo ocorrer como resultado de uma lesão em qualquer nível do sistema nervoso, incluindo o córtex cerebral, medula espinhal e nervos periféricos.
As condições neurológicas que causam a bexiga neurogênica são predominantemente os defeitos congênitos do tubo neural (incluindo mielomeningocele, lipomeningocele, agenesia sacral e espinha bífida oculta), as lesões medulares traumáticas ou decorrentes de seqüela de tumores ou pós cirúrgicas, e as mielites.
Os pacientes frequentemente apresentam incontinência urinária, urgência, frequência, resíduo urinário elevado e infecções urinárias recorrentes.
A avaliação urodinâmica normalmente mostra complacência vesical diminuída, hiperatividade detrusora e dissinergia vesicoesfincteriana, alterações que podem causar danos irreparáveis ao trato urinário superior (rins).
Independente da etiologia o objetivo do tratamento da bexiga neurogênica é o mesmo. A bexiga deve ser esvaziada de forma eficiente e se a micção não for eficaz, o esvaziamento através do cateterismo intermitente limpo deve ser adotado.
Portadoras de mielomeningocele, o não tratamento da bexiga neurogênica pode causar deterioração progressiva do trato urinário em até 58% dos pacientes com até 3 anos de idade.
Os pacientes que apresentam bexiga neurogênica devem ser acompanhados periodicamente por um urologista com experiência em neurourologia.
O estudo urodinâmico é fundamental para avaliar fatores de risco e/ou resposta ao tratamento indicado.