O Cálculo Renal é um problema bastante comum na população.
Estima-se que 15% dos homens e 5% das mulheres apresentarão sintomas decorrentes de cálculos urinários ao longo da vida, principalmente entre 20 e 40 anos.
Embora seja uma doença com grande associação familiar, fatores dietéticos e hábitos de vida estão intensamente ligados à ocorrência da doença.
Os sintomas são variados de acordo principalmente com a localização do cálculo. Mais comum é a dor lombar intensa, que não melhora com a posição e irradia-se para a virilha e o escroto no homem e para a vagina, na mulher.
Dificuldade, ardência para urinar e sangue na urina também podem ocorrer.
Os tipos mais comuns de cálculo incluem oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico, fosfato de amônio magnésio (estruvita) e cistina.
Cerca de 70% a 80% dos cálculos são compostos principalmente de oxalato de cálcio misturado com quantidades variadas de fosfato de cálcio.
Cálculos de cálcio são formados quando a urina está supersaturada com íons que constituem o cálculo (oxalato ou fosfato).
Fatores dietéticos
Fatores dietéticos podem influenciar significativamente o nível de cálcio, fosfato e íons oxalato excretados.
O aumento da ingestão de líquidos para dois ou mais litros por dia pode diminuir significativamente a formação de cálculo, em função da diluição dos íons na urina, reduzindo o risco de supersaturação.
O sódio na dieta também é um fator relevante, pois o aumento da sua ingesta pode levar a uma maior excreção renal de cálcio.
Qualquer condição que promove a acidose metabólica também aumenta a excreção renal do cálcio.
A ingestão excessiva de proteína animal pode aumentar o risco de formação de cálculos de cálcio através de vários mecanismos, incluindo o desenvolvimento de uma acidose metabólica leve.
O efeito da ingestão de cálcio é mais complexo. O raciocínio de que uma dieta pobre em cálcio diminuiria a incidência de formação de cálculo nem sempre é observado na prática, porque ele se liga ao oxalato no trato gastrointestinal e impede a sua absorção.
Por isso, o consumo inadequado de cálcio pode conduzir a absorção gastrointestinal excessiva e excreção renal de oxalato.
A ingestão adequada de cálcio juntamente com uma baixa ingestão de sódio e oxalato, uma dieta pobre em proteína animal e um aumento da ingesta de líquidos (com 2 a 3 litros de água por dia) pode diminuir o risco de formação de cálculos de cálcio em comparação com uma dieta pobre em cálcio.
Por outro lado, o consumo excessivo de cálcio e vitamina D pode aumentar o risco de formação de cálculos.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através da história clínica, exame de urina (pode haver presença de sangue) e exames de imagem como a ultrassonografia e a tomografia computadorizada de abdome.
Tratamento
O tratamento depende do tamanho, da localização, da intensidade da dor e se há obstrução e/ou infecção urinária associada. Felizmente, a maior parte dos cálculos renais não precisarão de intervenção médica, uma vez que cerca de 70%, é eliminada espontaneamente. Quanto maior o cálculo, menor a chance de resolução espontânea e em algumas situações, a cirurgia para retirada do cálculo é necessária.
Modalidades de Tratamentos
-Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO)
-Cirurgia percutânea
-Cirurgia aberta
Ureterorrenolitotripsia:
A ureterorrenolitotripsia tornou-se a técnica padrão para o tratamento dos cálculos urinários.
A semirrígida se presta aos cálculos de terço inferior do ureter enquanto o ureterorrenoscópio flexível está indicado para cálculos no ureter proximal e rim (vídeo acima). A fonte de energia mais utilizada para fragmentação de cálculos são o pneumático e o laser. A grande vantagem é a baixa morbidade com rápida recuperação do paciente.